terça-feira, 30 de julho de 2019

FBI descobre ‘Frankstein’ e experimentos com humanos em centro de doação de órgãos


Um ex-agente do Departamento Federal de Investigação dos Estados Unidos, o FBI, revelou nesta semana novos detalhes perturbadores a respeito de um centro de doação de órgãos que praticava ações ilegais com corpos de humanos. O Centro de Recursos Biológicos do Arizona virou alvo das autoridades ainda em 2014, por conta de uma investigação de tráfico e venda ilegal de partes do corpo humano.
De acordo com o The Sun, o local voltou a ser assunto depois que pelo menos 33 pessoas entraram na justiça contra o responsável pelo centro de doação. O grupo teria doado corpos de entes queridos para a instituição – que os acolhia sob o pretexto de realizar estudos científicos – e ficado perplexo com as descobertas perturbadoras do que realmente ocorria por lá.
Ex-agente especial do FBI, Mark Cwynar contou durante a declaração dele para o processo judicial ter visto “várias cenas inquietantes”, entre elas “um balde de cabeças, braços e pernas” e “um refrigerador cheio de genitálias masculinas”. Segundo ele, o que mais chamou atenção, no entanto, foi um corpo masculino que tinha uma cabeça de mulher costurada. O “Frankstein da vida real”, como tem sido chamado, foi encontrado pendurado em uma parede. Outros corpos empilhados e cabeças “infectadas” também foram vistos no local.
O Centro de Recursos Biológicos, agora fechado, se especializou em receber corpos para usá-los em pesquisas científicas. Em vez disso, no entanto, vendia partes dos corpos para vários intermediários. Uma lista de preços foi encontrada no local, ainda em 2013, e consta entre as provas que serão analisadas pelo tribunal. Segundo o levantamento, o corpo de um menino sem os ombros ou com a cabeça poderia ser comprado por 2,9 mil dólares, o equivalente a quase R$ 11 mil. O responsável pelo local, Stephen Gore, já foi condenado a pagar mais de R$ 450 mil em compensação pelos crimes cometidos.
A audiência da ação movida pelos familiares que doaram corpos para o local será realizada em 21 de outubro. No processo, eles afirmam que os falecidos não foram tratados com respeito e alegam que foram enganados pela empresa, que prometia usar os corpos para pesquisar doenças e doação de órgãos.

terça-feira, 9 de julho de 2019

Monte Everest: derretimento de geleiras expõe corpos congelados há anos


Operadores de expedições na montanha mais alta do mundo estão preocupados com o número de corpos de alpinistas mortos que estão aparecendo com o derretimento de geleiras no Everest.
Quase 300 aventureiros já morreram no local desde a primeira tentativa de subida, e dois terços dos corpos ainda estão sob neve e gelo. A maior parte dos óbitos acontece por avalanches, quedas, mas também problemas fisiológicos agudos, como tontura e dor de cabeça.
Corpos começam a ser removidos no lado chinês da montanha, conforme se aproxima a temporada de escalada da primavera.
Mais de 4,8 mil alpinistas já escalaram o pico mais alto da Terra.
“Por causa do aquecimento global, o manto de gelo e os glaciares estão derretendo rapidamente. Os cadáveres que permaneceram enterrados durante todos esses anos estão agora sendo expostos”, explica Ang Tshering Sherpa, ex-presidente da Associação de Montanhismo do Nepal.
  Corpo de um alpinista japonês é retirado de acampamento no Everest; restos mortais de pessoas que morreram                              há algum tempo estão aparecendo com maior frequência, segundo associações locais
“Já descemos cadáveres de alguns montanhistas que morreram nos anos recentes, mas os mais antigos estão aparecendo agora”.
Um funcionário do governo local afirmou à BBC: “Eu mesmo resgatei cerca de 10 cadáveres nos últimos anos em diferentes pontos do Everest. Claramente, mais e mais deles estão surgindo agora”.

Corpos expostos

Em 2017, a mão de um alpinista morto apareceu acima do solo no acampamento 1.
Operadores de expedições contam que precisaram reunir escaladores profissionais da comunidade sherpa para mover o corpo.
No mesmo ano, outro corpo apareceu na superfície do glaciar de Khumbu – onde a maioria dos cadáveres vem surgindo nos últimos anos, dizem os montanhistas.
Outro local que tem revelado corpos é o acampamento 4, um lugar relativamente plano.
“Mãos e pernas de cadáveres também apareceram no acampamento-base nos últimos anos”, disse um funcionário de uma ONG da região.
“Percebemos que o nível de gelo em torno do acampamento-base está diminuindo, e é por isso que os corpos estão ficando expostos”.

Derretimento comprovado

Vários estudos já mostraram que as geleiras da região do Everest, como na maior parte dos Himalaias, estão derretendo e ficando mais estreitas.
Um trabalho de 2015, por exemplo, revelou que as lagoas na área do glaciar de Khumbu – que os alpinistas precisam atravessar para chegar ao pico – estavam se expandindo e se juntando por causa do derretimento acelerado.
Em 2016, o exército do Nepal drenou o lago Imja, perto do Monte Everest, depois que a água resultante do derretimento glacial atingiu níveis perigosos.
Outra equipe de pesquisadores, incluindo membros das universidades de Leeds e Aberystwyth, do Reino Unido, perfuraram no ano passado o Khumbu e encontraram gelo mais quente do que o esperado.
                                 Estudo mostrou que lagos na área do glaciar de Khumbu estão se juntando


Nem todos os cadáveres que emergem do gelo, no entanto, aparecem por conta do derretimento glacial.
Alguns deles são expostos também por causa do movimento do glaciar de Khumbu, dizem montanhistas.
“Por causa do movimento do Khumbu, conseguimos ver cadáveres de tempos em tempos”, explica Tshering Pandey Bhote, vice-presidente da Associação Nacional de Guias de Montanhas do Nepal.
“Mas a maioria dos escaladores está mentalmente preparada para se deparar com essa visão”.

Corpos mortos como ‘marcos’

                                                    Corpos também estão aparecendo no acampamento 4

Alguns dos cadáveres em setores de maior altitude do Everest chegaram a servir de ponto de referência para montanhistas.
Um deles, perto do cume, era conhecido como “botas verdes” – referência a um alpinista que morreu pendurado sob uma rocha saliente. As botas apontavam para a direção da rota.
Alguns montanhistas dizem que o corpo já foi removido, mas autoridades do Nepal dizem não ter informações sobre se os restos mortais ainda são visíveis.
Trabalhadores e organizações locais apontam para as dificuldades em remover os cadáveres – principalmente os em pontos mais altos.
Especialistas dizem que descer um corpo custa entre US$ 40 mil (cerca de R$ 150 mil) e US$ 80 mil (R$ 300 mil).
“Uma das remoções mais desafiadoras foi a uma altura de 8,7 mil metros, perto do cume”, diz Ang Tshering Sherpa.
“O corpo estava totalmente congelado, pesava 150 kg e teve que ser retirado de um lugar difícil, naquela altitude”.
Trabalhadores e montanhistas também lembram que as decisões sobre o que fazer com um corpo dependem também de questões pessoais.
“A maioria dos alpinistas preferem ser deixados nas montanhas em caso de morte “, diz Alan Arnette, um famoso praticante do esporte que também escreveu livros sobre o assunto.
“Então, removê-los pode ser considerado desrespeitoso. Ao menos que eles precisem ser retirados da rota de escalada ou que as famílias desejem isto”.
Fonte: BBC

sexta-feira, 5 de julho de 2019

Quem descobriu o magnetismo da Terra?

Os primeiros a observar o magnetismo na Terra foram os gregos. Eles tentaram explicar esse fenômeno e foram os responsáveis pelo descobrimento da pedra magnetita, que atraía espontaneamente o ferro.

Um teste dos gregos com a magnetita indicou que a pedra, quando suspensa no ar, virava sempre para a mesma direção. A partir dessa constatação, Tales de Mileto, matemático e filósofo, afirmou que a tal pedra tinha “alma” e conseguia atrair matérias. Na verdade, eles não imaginavam que o fenômeno acontecia por causa do magnetismo natural do planeta.

Com o passar dos anos, os chineses criaram a primeira bússola primitiva, confeccionada com uma colher de magnetita, e conseguiram comprovar o magnetismo. Com o tempo, os cientistas confirmaram que a Terra é, na verdade, um grande imã, com os pólos magnéticos Norte e Sul.

A existência do Campo Magnético da Terra foi estudada por pesquisadores como Georg Hartmann e Robert Norman. Vale lembrar que o magnetismo terrestre é resultado das correntes elétricas presentes no núcleo do planeta, que é formado por ferro e níquel em estado líquido


O campo magnético da Terra está se comportando de maneira imprevista – e intrigando cientistas


Uma movimentação com características inesperadas no magnetismo da Terra está intrigando cientistas do mundo todo e fazendo com que os modelos existentes de descrição do campo magnético precisem ser atualizados.
Por causa de seu núcleo feito de metal líquido, a Terra funciona como um enorme ímã com pólos positivo e negativo. O campo magnético é a uma "camada" de forças ao redor do planeta entre esses dois pólos.
Conhecida como magnetosfera, essa grande camada é extremamente importante para a vida terrestre.
"É o campo magnético que nos protege das partículas que vêm de fora, especialmente do vento solar (que pode ser muito nocivo)", explica o geólogo Ricardo Ferreira Trindade, pesquisador do Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo (USP).
A maior parte do campo magnético é gerada pela movimentação dos metais líquidos que compõem o centro do planeta. Conforme o fluxo varia, o campo se modifica.

A questão, segundo Trindade, é que nos últimos dez anos ele tem "variado numa velocidade muito maior do que variava antigamente".
O pólo norte muda magnético constantemente de posição, mas sempre dentro de um limite. Embora a direção dessas mudanças seja imprevisível, a velocidade costumava ser constante.
No entanto, nos últimos anos o norte magnético está se movendo do Canadá para a Sibéria em uma velocidade muito maior do que a projetada pelos cientistas.


Modelo de campo

A mudança está forçando os especialistas em geomagnetismo a atualizarem o Modelo Magnético Mundial, espécie de mapa que descreve o campo magnético no espaço e no tempo.
"Ele é criado a partir de um conjunto de observações feitas no mundo inteiro ao longo de 5 anos, a partir dos quais se monta um modelo global que muda no tempo e no espaço, mostrando a variabilidade do campo", explica Trindade. "É uma espécie de mapa 4D."
O modelo é importante porque é a base para centenas de tecnologias de navegação modernas - dos controles de rotas de navios ao Google Maps.
"Ele é fundamental para geolocalização e até para o posicionamento de satélites", afirma o geólogo.
A versão mais recente do modelo foi feita em 2015 e deveria durar até 2020, mas a velocidade com o que a magnetosfera tem mudado está forçando os cientistas a atualizarem o modelo antes do previsto.
Além da mudança do pólo, um pulso eletromagnético detectado sob a América do Sul em 2016 gerou uma mudança logo após a atualização do modelo em 2015.
As muitas mudanças imprevistas têm aumentando o número de erros no modelo atual o tempo todo.
Segundo a Nature, pesquisadores do Noaa (centro de administração oceânica e atmosférica), nos EUA, e do Centro de Pesquisa Geológica Britânica perceberam que o modelo estava tão defasado que estava quase excedendo o limite aceitável - e prestes a gerar possíveis erros de navegação.
A nova atualização deverá sair dia 30 de janeiro de 2019, segundo a Nature, uma das revistas científicas mais prestigiadas do mundo.

Segurança espacial

O modelo é essencial também para a segurança espacial.

Como distribuição do campo não é homogênea, onde ele é mais fraco, a proteção que oferece é menor - isso faz que com que essas regiões, principalmente a altíssimas altitudes, sejam um pouco mais vulneráveis a ventos solares.

"Temos regiões onde ele é maior e outras onde o campo magnético muito baixo. Aqui (na América do Sul) temos uma anomalia grande que faz o campo magnético ser de baixa intensidade", explica Ernesto.
"Equipamentos atmosféricos, satélites e telescópios, principalmente, têm maior probabilidade de sofrerem danos se estiverem sobre essas regiões", explica.

As causas

Os cientistas estão trabalhando para entender por que o campo magnético está se modificando com tanta velocidade.
"O campo é todo variável e muito imprevisível", afirma a geóloga Marcia Ernesto, também pesquisadora do Instituto de Astronomia e Geofísica da Universidade de São Paulo (USP).
A movimentação do pólo norte pode estar ligada um jato de ferro líquido se mexendo sob a superfície da crosta terrestre na região sob o Canadá, segundo um estudo de pesquisadores da Universidade de Leeds publicado na Nature Geoscience em 2017.
Segundo Philip W. Livermore, um dos autores do estudo, esse jato poderia estar enfraquecendo o campo magnético no Canadá, enquanto o da Sibéria se mantém forte, o que estaria "puxando" o norte magnético em direção à Rússia.
O campo é tão variável que o pólo norte e o pólo sul magnéticos já se inverteram muitas vezes desde a formação do planeta.
A sua atual configuração é a mesma há 700 mil anos, mas pode começar a se inverter a qualquer momento. Segundo Ernesto, essa inversão demoraria cerca de mil anos.

"Pode ser que (a aceleração nas mudanças no campo) signifique que ele está caminhando para uma inversão, mas não é certeza. Pode ser que seja apenas uma aceleração momentânea", diz Márcia Ernesto.

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